Olá!
Seguindo em nossa jornada da educação através de filmes, sempre acreditei que o aluno pode vir a se interessar mais por determinado assunto se puder saber em que condições aquele conhecimento foi produzido. Me lembro das aulas de Sociologia na então "Faculdade Anhembi Morumbi" (cerca de 20 anos atras), que antes de aprendermos sobre o que seriam as obras de Karl Marx, aprendemos sobre Marx... as dificuldades, a pobreza, as doenças e isso nos fazia ficar pensando..."como é que se conseguia produzir tais escritos naquela época e sob tais condições?" Tais indagações nos estimulavam a estudar mais e mais...
Seguindo nesta linha, vejo o filme ALEXANDRIA (ÁGORA no original em Espanhol) como um bom filme para se trabalhar no intrincado campo da metodologia científica. Impossível assistir aos desafios de Hypatia de Alexandria em sua busca pelo conhecimento da matemática, astronomia e astrologia e ficar insensível à beleza e à dedicação integral ao "objeto" de estudo que a busca do conhecimento provoca.
Obviamente o filme vale também pelas discussões que traz acerca dos conflitos religiosos no mundo antigo, discussões sobre gênero, classes sociais, o poder da palavra, o risco da ignorância, entre outros aspectos, mas o que eu gostaria de assinalar é realmente o caminho árduo que percorrecam os primeiros cientistas. Caminho que levou vários deles à morte violenta e que legou para as gerações futuras as chaves do progresso científico.
ALEXANDRIA
(Espanha/ 2009/ Direção: Alejandro Amenábar)
"O filme relata a história de Hipátia, filósofa e professora em Alexandria, no Egito entre os anos 355 e 415 da nossa era. Única personagem feminina do filme, Hipátia ensina filosofia, matemática e astronomia na Escola de Alexandria, junto à Biblioteca. Resultante de uma cultura iniciada com Alexandre Magno, passando depois pela dominação romana, Alexandria é agitada por ideais religiosos diversos: o cristianismo, que passou de religião intolerada para religião intolerante, convive com o judaísmo e a cultura greco-romana.
Hipátia tem entre seus alunos Orestes, que a ama, sem ser correspondido, e Sinésius, adepto do cristianismo. Seu escravo Davus também a ama, secretamente. Hipátia não deseja casar-se, mas se dedica unicamente ao estudo, à filosofia, matemática, astronomia, e sua principal preocupação, no relato do filme, é com o movimento da terra em torno do sol.
Mediante os vários enfrentamentos entre cristãos, judeus e a cultura greco-romana, os cristãos se apoderam, aos poucos, da situação, e enquanto Orestes se torna prefeito e se mantém fiel ao seu amor, o ex-escravo Davus (que recebeu a alforria de Hipátia) se debate entre a fé cristã e a paixão. O líder cristão Cyril domina a cidade e encontra na ligação entre Orestes e Hipátia o ponto de fragilidade do poder romano, iniciando uma campanha de enfraquecimento da influência de Hipátia sobre o prefeito, usando as escrituras sagradas para acusá-la de ateísmo e bruxaria.
Além de narrar a vida e a morte de Hipátia, pode-se observar de forma nítida o conflito entre cristãos e e pagãos. De um lado temos o cristianismo, ganhando força de atuação junto ao judaísmo; do outro temos a religião politeísta Greco-romana, com a adoração de estátuas (proibida pela Bíblia)que representavam seus numerosos deuses. Por outro lado, é interessante observar como a mulher era vista. Segunda a Bíblia, "a mulher deve obediência ao homem", mas Hypátia não se permitia ser subordinada a ninguém. Por ter se recusado a se converter ao Cristianismo, foi acusada de ateísmo e bruxaria, julgada de forma vil e apedrejada. Pesquisadores ainda contam que Hipátia, foi humilhada por cristãos que queriam puni-la e mutilada após ser apedrejada." (http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gora_(filme)
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